A Vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida.
Vinicius de Moraes, in Samba da Benção
Fotografia: JMPhoto
A Vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida.
Vinicius de Moraes, in Samba da Benção
Fotografia: JMPhoto
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O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado vai mostrar cerca de 250 imagens na exposição “Génesis”, dedicada à natureza, entre 08 de abril e 02 de agosto, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa.
A exposição encontra-se em itinerância, e já passou pelo Brasil, depois de ter sido inaugurada no Museu de História Natural de Londres, em 2013.
Chegará a Portugal em abril numa produção da Terra Esplêndida, em conjunto com a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) da Câmara Municipal de Lisboa.
As imagens captadas por Sebastião Salgado a preto e branco sobre pessoas e natureza, abordando tanto os flagelos da Humanidade como os lugares intocados pelo Homem, têm corrido mundo em livros e exposições.
Esta mostra, com curadoria de Lélia Wanick Salgado, surge na sequência de dois anteriores grandes projetos de Sebastião Salgado: “Trabalhadores” (1993) e “Migrações” (2000), que abordaram o trabalho manual e o movimento de populações no planeta.
Por seu turno, “Génesis”, realizado ao longo de quase uma década, é uma homenagem do fotógrafo à grandiosidade da natureza e ao mesmo tempo um alerta para a fragilidade da Terra, mostrando lugares quase intocados que a Humanidade pode perder se não tomar medidas para a preservar.
As imagens, captadas em varias áreas geográficas, serão apresentadas nas secções “Sul do Planeta”, “Santuários”, “África”, “Espaços a Norte” e “Amazónia e Pantanal”.
Sebastião Salgado, 70 anos, mostrará em Lisboa imagens a preto e branco de fauna e flora em lugares pouco explorados pelo Homem, mas também as comunidades humanas das selvas do Amazonas e da Nova Guiné.
O conjunto é o resultado de mais de 30 viagens pelo mundo entre 2004 e 2011.
Em julho do ano passado, o fotógrafo brasileiro lançou em Portugal o livro “Da Minha Terra à Terra”, pela editora Individual, que conta pela primeira vez a história pessoal e faz revelações das raízes políticas, éticas e existenciais do seu trabalho.
Nascido a 08 de fevereiro de 1944, em Aimorés, Minas Gerais, Sebastião Salgado é formado em Economia e começou a sua carreira de fotógrafo em Paris, em 1973.
O fotógrafo foi alvo de uma grande exposição em Portugal, em 1993, na inauguração do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde mostrou cerca de 250 imagens.
Membro das agências de fotografia Sygma, Gamma e, posteriormente, a Magnum, Sebastião Salgado fundou a Amazonas Images, com a mulher, Lélia Wanick, em 1994, e juntos criaram o Instituto Terra para a reflorestação da Mata Atlântica brasileira.
In Diário de Notícias
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Photo by: Ricardo Motti
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos Mutantes
E foste um difícil começo
Afasta o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Caetano Veloso
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Fotografia: Lalibela, Etiópia – João Martins Pereira
Fascinou-me o pormenor da chave, em que só reparei depois de ter feito a fotografia. E lembrei-me de Drummond.
A chave
E de repente
o resumo de tudo é uma chave.
A chave de uma porta que não abre
para o interior desabitado
no solo que inexiste,
mas a chave existe.
Aperto-a duramente
para ela sentir que estou sentindo
a sua força de chave.
O ferro emerge da fazenda submersa.
Que valem escrituras de transferência de domínio
se tenho nas mãos a chave-fazenda
com todos os seus bois e seus cavalos
e suas éguas e aguadas e abantesmas?
Se tenho nas mãos barbudos proprietários oitocentistas
de que ninguém fala mais, e se falasse
era para dizer: os Antigos?
(Sorrio pensando: somos os Modernos
provisórios, a-históricos…)
Os Antigos passeiam nos meus dedos.
Eles são os meus dedos substitutos
ou os verdadeiros?
Posso sentir o cheiro de suor dos guarda-mores,
o perfume-Paris das fazendeiras no domingo de missa.
Posso, não. Devo.
Sou devedor do meu passado,
cobrado pela chave.
Que sentido tem a água represa
no espaço onde as estacas do curral
concentram o aboio do crepúsculo?
Onde a casa vige?
Quem dissolve o existido, existindo
eternamente a chave?
O menor grão de café
derrama nesta chave o cafezal.
A porta principal, esta é que abre
sem fechadura e gesto.
Abre para o imenso.
Vai-me empurrando e revelando
o que não sei de mim e está nos Outros.
O serralheiro não sabia
o ato de criação como é potente
e na coisa criada se prolonga,
ressoante.
Escuto a voz da chave, canavial,
uva espremida, berne de bezerro,
esperança de chuva, flor de milho, o grilo,
o sapo, a madrugada, a carta,
a mudez desatada na linguagem
que só a terra fala ao fino ouvido.
E aperto-a, aperto-a, e de apertá-la,
ela se entranha em mim. Corre nas veias.
É dentro de nós que as coisas são,
ferro em brasa – o ferro de uma chave.
Carlos Drummond de Andrade
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O Circo do Beco é um projecto fascinante de intervenção urbana, arte circense de rua, na Vila Madalena, em S. Paulo.
(a mim, traz-me a memória das troupes de saltimbancos que viajam pela província nos idos da minha infância).
Um projecto comunitário, auto-sustentado com uma forte componente de intervenção social.
As fotografias são do grande Nacho Doce.
O Circo no Beco
Por Priscilla Fernandes e Vanessa Parolin
Jornalismo Digital
Por meio do incentivo de um grupo de jovens moradores e freqüentadores da Vila Madalena, bairro de São Paulo que ficou famoso por abrigar os bares boêmios da cidade, o Circo no Beco nasceu em 2003 com o intuito de ser um espaço, no qual as pessoas poderiam se expressar livremente. Com o conceito de valorizar a arte de rua, os trabalhos apresentados utilizam as técnicas circenses como: malabares, acrobacias, trapézio, perna de pau, monociclos, entre outras. O convite é aberto a todos que passam por ali e ficam curiosos ao ver uma tenda branca com pessoas de todas as partes que se interessam em aprender ou mostrar seus talentos artísticos. Confira abaixo a entrevista que realizamos com Eduardo (mais conhecido como Du do Circo), um dos organizadores do Circo no Beco.
Como surgiu o Circo no Beco?
Du: “Nós estávamos procurando um espaço para os malabaristas treinarem e também oferecer um palco para os artistas se apresentarem. Nosso intuito era trazer a cultura do chapéu e da arte de rua, que é muito fraca em São Paulo.”
Como o Circo no Beco se mantém?
Du: “Não temos nem um tipo de apoio financeiro. Passamos o chapéu durante os espetáculos e com o dinheiro que arrecadamos compramos fio, luz, som… Nós nos mantemos há sete anos apenas com o dinheiro do chapéu.”
Onde as pessoas podem encontrar o Circo no Beco?
Du: “O Circo no Beco em si é aqui, na Praça Aprendiz das Letras, e tem um beco que é pra dentro da praça (Beco do Projeto Cidade Escola Aprendiz, na Vila Madalena). Quando tem um espetáculo, ele começa na praça e depois vai pra dentro do beco. Nós procuramos fazer essa mudança de espaços durante as apresentações.”
Quais tipos de espetáculos são apresentados?
Du: “Não são espetáculos formais, nós montamos espetáculos a cada cinco meses com pessoas que se interessam em trabalhar conosco ou que querem mostrar o número que estão produzindo. Há também aqueles que estão crescendo artisticamente e precisam de um palco para elaborar o seu trabalho e querem sentir a reação do público. Nós oferecemos o espaço e os artistas se apresentam de graça. O dinheiro do chapéu não fica para eles, isso é entendido, fica para a organização fazer a manutenção do projeto.”
Como são organizados os encontros?
Du: “Todas as segundas-feiras temos um encontro de malabaristas, aonde as pessoas vêm para treinar. Sempre um ensina o outro, é uma troca de experiências. De vez em quando temos uma oficina, alguma aula, mas não á nada regular. Nem sempre a organização do Circo no Beco está no palco. Muitas vezes estamos operando a luz, o som, montando ou cuidando dos artistas e também apresentando, mas nem sempre porque senão a cara fica batida.”
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Fotografia: João Martins Pereira
Há associações de ideias inesperadas e, por alguma razão, selectivas.
Uma destas tardes de sábados de frio lá fora, com a lareira a puxar à sonolência, a chuva a bater na janela chegou-me em forma de música. E podia ter-me feito lembrar originais e versões com chuva, em diversos ritmos, melodias, géneros, cores e quantidades –
Mas lembrei-me foi de uma chuva preciosa, em português trans-oceânico, em forma de Chuva de Prata, um original de Ed Wilson e Ronaldo Bastos.
Foi gravado por Gal Costa em 1984, no álbum “Profana”, já lá vão 30 anos …
Talvez as profecias de João Gilberto, Caetano Veloso ou Torquato Neto, entre outros, não se tenham cumprido integralmente, ou talvez não sejam facilmente aceites por todos.
João, logo no primeiro encontro, em Salvador, com uma, ainda então, Maria da Graça, sem carreira firmada na juventude dos seus 18 anos, não teve duvidas: “Gracinha, você é a maior cantora do Brasil”
Caetano, tambem nos idos de 60, tambem em Salvador e tambem ao primeiro encontro com Maria da Graça Penha e Costa, a Gracinha depois Gal, já havia sentenciado que “com essa voz, essa menina será a melhor cantora do Brasil”
Torquato Neto, nos anos 70, ajudou à festa de coroação de Gal ao ouvir o album Fa-Tal.
As escolhas de repertório de Gal talvez não tenham sido sempre as mais felizes ou as mais consistentes. Mas, para mim, e que me perdoe a memória de Elis, Gal é mesmo a maior cantora do Brasil.
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E nada melhor para desejar a todos um Bom Ano Novo do que (a referência a) um calendário para 2013.
Sendo este um blog associado aos meus gostos pessoais, designadamente a fotografia e as viagens, aqui fica uma tripla homenagem, ao Ano Novo, ao Brasil e à Fotografia.
A razão próxima é a Pirelli ter decidido comissionar a edição de 2013 do seu famoso calendário a fotógrafo de excepção, Steve McCurry.
Como já aqui referi, sou um incondicional admirador do talento de Steve McCurry, um génio da fotografia. Tenho, aliás, o grato prazer de conhecer Steve pessoalmente e tive o privilégio de participar numa viagem / workshop fotográfico que liderou no Rajastão, Índia.
A decisão da Pirelli terá sido um movimento pensado e repensado pelos promotores, uma vez que marcou, tambem, uma inflexão de rumo no que, até aqui, era a imagem de marca do calendário. De facto, se a qualidade fotográfica sempre foi impecável, o motivo central eram lindíssimas top-models com pouca ou nenhuma roupa. Steve imprimiu-lhe uma direcção diferente e marcou, como talvez só ele pudesse fazer, o início de um a nova era do mítico calendário.
Fotografou superiormente, como lhe seria sempre exigido, fotografou mulheres lindas, como o calendário sempre fez, mas, em vez de nudez, centrou-se no trabalho humanitário que desenvolvem. E, claro, fotografou o Rio, a Cidade Maravilhosa.
“Being selected to shoot the 2013 Pirelli Calendar was a great honor, and the beauty of Rio made it the perfect backdrop.
I wanted to photograph a mix of everyday people combined with a very special group of women known not only for their talent and beauty, but also for their charitable work and contributions to their communities.
Rio’s varied landscapes of ocean, mountains and jungle, combined with a dynamic urban culture, made it a wonderful location to shoot the calendar.”
E … o resultado é esplendoroso, um hino à Fotografia e ao Rio de Janeiro.
Assim, sem mais, com uma profunda vénia de admiração, aqui reproduzo as imagens divulgadas no Steve McCurry’s blog.
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Óscar por Chico
“A casa do Oscar era o sonho da família. Havia um terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar.
Mais tarde, em um aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.
Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e saí batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar!
Pois bem, internaram-me em um ginásio em Cataguases, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquele casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo.
Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é casa do Oscar”. (Chico Buarque de Hollanda)
Óscar por Alegre
Gostava de estabelecer entre as palavras e o silêncio
aquelas proporções que Oscar Niemeyer consegue
entre volumes e não volumes entre cheios e vazios.
Gostava de inventar linguagem dentro da linguagem
como Niemeyer inventa espaço dentro do espaço.
Mas como criar na escrita o nunca escrito?
Gostava meu caro Oscar Niemeyer
de pegar na caneta e fabricar um pouco de infinito
fazer com sílabas e fonemas
o que você faz com traços e com esquemas.
Mas eu não posso meu caro eu não posso ou não sei
construir uma cidade com poemas.
Tão pouco sei se Deus tem mão e se desenha
não sei sequer se existe ou simplesmente
deixou para Oscar Niemeyer
o oitavo dia da criação.
Mas é o que parece quando você faz um croqui
e depois é Brasília
uma catedral um museu uma mulher
ou uma casa em Canoas.
Com Oscar Niemeyer o Brasil é mais Brasil
o mundo se refaz se reinventa se revoluciona
contra a injustiça contra a opressão contra a fealdade.
Cada projecto seu é um acto de harmonia
traço a traço você subverte o espaço
e semeia a beleza na desordem estabelecida.
Consigo é possível a utopia
consigo a arquitectura é outra vida.
(Manuel Alegre)
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Fotografia: João Martins Pereira (Rajasthan, India)
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama… Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais… leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado… outra marca de sabonete, outro creme dental… Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!
Edson Marques
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Miglioramento Costante
THE GIRL WITH SILVER HAIR
Steve's body of work spans conflicts, vanishing cultures, ancient traditions and contemporary culture alike - yet always retains the human element.
... mas também caminho por montes e vales!!!
Sónia Guerreiro Photoblog
“Alegrai-vos porque já achei a minha ovelha perdida” (Lc 15:6).
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Sara Augusto
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