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Working Hands

Hands

Fotografia: JMPhoto

As Mãos

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As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Poema: Manuel Alegre

Fotografias: João Martins Pereira

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Este poema foi feito canção com música de Adriano Correia de Oliveira num disco (“O Canto e As Armas, 1969”) inteiramente dedicado à poesia de  Alegre, um Amigo dos tempos de Coimbra, a cujas palavras o canto de Adriano regressou repetidamente.  A voz única de Adriano e a poesia de Alegre  marcaram o Portugal de antes de 74 e ajudaram a despertar a consciência de quem viveu os anos de estertor do Estado Novo.   O disco incluía uma nova versão da “Trova do Vento que Passa”, “A Canção da Fronteira”, “A Batalha de Alcácer Quibir”, entre outras. Foi gravado em Lisboa, quando Adriano cumpria o serviço militar, em apenas duas noites. Segundo o Público, citando  Rui Pato que o acompanhou nessas sessões, Adriano cantou todas as canções fardado de Alferes. Para desmilitarizar o ambiente, a pistola regulamentar ficava em cima do piano do estúdio.

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